domingo, 30 de dezembro de 2012

SOBREVIVO E PONTO.

O tempo passa, e é a primeira vez que o sinto tão lento e nostálgico assim!
Você se foi de uma forma tão repentina e vulgar, que quase posso tocar sua ausência.
Todos os meus sonhos, planos, e expectativas esvaíram-se por entre meus olhos.
Foi duro demais ti ver sair pela porta, e eu ali sem reação, sem uma explicação que fosse, sem entender onde eu havia errado!!!
Tranquei-me na escuridão de meu quarto na tentativa de encontrar respostas.
Na ilusão de algo mudaria em sua decisão, mergulhei nas areias movediças de minha dor.
Me entreguei de corpo e alma para minha depressão, sabendo que essa entrega pudesse ser definitiva.
Os conselhos de amigos e familiares vinham a mim como tolices, que minha mente não fazia a menor questão de processar.
Como é possível uma pessoa devastar um coração alheio dessa forma? Com que direito?
O que fazer para amenizar essa dor latejante que quase ti faz sangrar fisicamente?
Aos poucos percebi que não há outra alternativa a não ser prosseguir!
Dia após dia com sorrisos forçados e frases prontas como: " eu estou bem!", eu tentava não me afogar em meio a tantos pensamentos contraditórios.
Durante a noite tinha como testemunha apenas meu travesseiro das incontáveis lagrimas que rolavam minha face.
Os dias passaram e com eles as lagrimas se tornaram cada vez menos presente.
Muitos meses foram preciso para levar o nó que habitava minha garganta, e a navalha de emoções!
Hoje após alguns anos e com certeza mais maduro vejo que minha vida se dividi entre o antes e o depois desse amor!
Vivo agora sem a euforia de outrora. Levo sempre comigo um vazio entranhado no meu peito, e essa sensação rotineira de que algo se perdeu, de que algo se quebrou, e que jamais um sentimento destemido e inocente me tomará novamente!
Simplesmente vivo, ou melhor, sobrevivo e ponto.   POR FRANCISCO MANIÇOBA...